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Mostrando postagens de outubro, 2018

Eu votaria no Haddad, se não fosse o PT

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Eu votaria tranquilamente no Haddad, se não fosse o PT. A executiva do PT adotou a estratégia mais infantil de todos os tempos. Primeiro faz da eleição uma disputa pessoal entre Lula e a justiça, personificada na figura de Sérgio Moro; depois rechaça uma possível aliança como vice na chapa Ciro-Haddad. Somam-se a isso declarações desastrosas como a da presidente rechaçando um apoio a Ciro, depois Jaques Wagner afirma que o medo que iria decidir os votos entre Bolsonaro e Ciro. O que dizer então da declaração de Zé Dirceu? Em plena campanha o homem adota um tom bolchevique e diz que o negócio é tomar o poder. Haddad ao ser questionado diz que Dirceu não fará parte de seu governo. O povo fica sem entender nada. Isso é por que o PT virou essa bagunça. Ninguém fala nada com nada. Durante a campanha se viu de tudo. O PT abusou da incoerência. Buscou aliança com os golpistas do MDB e se aproximou do inimigo histórico PSDB. Algumas figuras lendárias do PSDB declararam voto em

Brizola - biografia

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Quem me conhece de perto sabe que há muito tenho um hobby que me acompanha e pelo qual sou apaixonado: a leitura de biografias. Talvez seja meu lado cronista, ensaísta e jornalístico – ainda que inconsciente – aflorando. Se o axioma da psicanálise de que o inconsciente nunca nos trai for verdadeiro, explica-se facilmente meu gosto e paixão por biografias. Assisti a alguns documentários sobre a vida do lendário Leonel de Moura Brizola. Sua vida, trajetória, militância e galhardia me despertam muita atenção. Há detalhes em sua vida que são intrigantes. Seu contato com a Igreja Metodista, sua ida para Porto Alegre, sua resistência ao regime, a expropriação e nacionalização de empresas americanas no período como govenador no Rio Grande do Sul são alguns dentre tantos episódios. Confesso que quando iniciei a leitura do livro escrito por Trajano e Brigagão tinha a esperança de que as partes pelas quais mais me chamavam a atenção seriam retradadas, mas para meu desalento o r

Segundo turno. Voto Nulo

Para muitas pessoas anular o voto é sinal de alienação e despolitização em relação ao processo eleitoral. Há quem defenda que na situação em que se encontra o segundo turno das eleições a opção para salvar a democracia é votar no PT. Primeiramente é bom frisar que o voto deve ser um exercício consciente dos cidadãos e cidadãs. Por consciência a pessoa deve se sentir representada e/ou se identificar com os projetos políticos dos candidatos. No segundo turno a disputa é entre dois projetos. Um de aparente barbárie e despreparo e outro um projeto de poder baseado em vencer eleições a qualquer custo. Facilmente pode-se não identificar com nenhum dos dois. As eleições de 2018 possuem um tom peculiar. Há uma figura, Jair Bolsonaro, que diz defender o novo na política – mesmo estando há 7 mandatos como deputado e tendo feito muito pouco como tal. Esse cidadão cresceu politicamente alimentando o ódio ao comunismo (personificado no PT). Além disso, defende medidas paliativas como reduç

Venezuela: democracia ou ditadura?

A situação da Venezuela é peculiar frente a várias realidades mundiais. Para atacar o regime e fazer contraposição a qualquer alternativa mais progressista algum interlocutor pergunta: e a Venezuela? Você concorda com o que está acontecendo lá? Obviamente que esse é um assunto complexo que não permite ser tratado em poucas linhas. Entretanto sinalizaremos algumas características que nos possibilitam responder a essa questão de maneira mais honesta, do ponto de vista factual e intelectual. Desde a eleição de Hugo Chávez 1998 foram adotados mecanismos constitucionais de participação popular. Esses foram feitos por meio de plebiscitos e referendos. O que na prática indica a participação do povo nas decisões. O convencional é que as decisões estejam nas mãos dos representantes eleitos (deputados e senadores), mas Chávez utilizou-se de seu carisma e recursos constitucionais para incluir o povo nas decisões. Além disso, promoveu a nacionalização de alguns setores estratégicos

Ciro e o novo brizolismo

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O primeiro turno das eleições de 2018 chegou ao fim e uma pergunta fica no ar: Ciro Gomes é o representante do novo brizolismo? Depois da morte de Leonel Brizola (2004) o trabalhismo e nacionalismo brasileiros ficaram sem um representante à altura. A candidatura de Ciro pelo PDT apresentou-se como uma terceira via crítica tanto à direita, quanto à esquerda. Embora mais alinhado com a esquerda do que com a direita o trabalhismo brizolista caracteriza-se pela proposta de uma soberania nacional e do desenvolvimento das forças produtivas com vistas a desenvolver e economia interna brasileira. Ciro fez inúmeras propostas em seu plano de governo e as apresentou em debates televisivos e entrevistas. Restaurar o parque industrial nacional, desenvolver melhor alguns setores da agricultura e “oxigenar” as finanças foram algumas das propostas. Tais propostas reacendem o brizolismo. Uma vez que Brizola foi um dos grandes estadistas brasileiros, nacionalista e herdeiro do trabalhism

O vencedor das eleições

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As eleições de 2018 têm um vencedor. Se engana quem acha que estou me referindo a Jair Bolsonaro. Quem venceu foi o anti-petismo.  Há muito tempo partidos de esquerda como PSOL, PDT e o histórico PC do B vigoram, na concepção da oposição, no guarda-chuva do petismo. Aliás, esse carrega a culpa das desventuras ocorridas, sobretudo, em fins de 2013 aos dias atuais.  O cenário desenhado após o 7 de outubro de 2018 é intrigante. Renovação de mais de 80 % na bancada do senado, redução de deputados nos históricos PSDB e DEM, aumento de deputados do PSL, partido de Bolsonaro e disputa em 2º turno em Minas Gerais entre um candidato no partido NOVO e o tradicional PSDB, com vantagem significativa do primeiro. Entre tantas outras coisas. Na eleição presidencial Bolsonaro quase ganhou no primeiro turno, necessitando de 3% para levar o pleito. Fechou a eleição com 48% dos votos. Sem fazer coligação, com pouco tempo de campanha e não participando do principal debate – Rede Globo. Somen