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Mostrando postagens de julho, 2019

Wesley e o estado intermediário

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Em poucas palavras pretendo expor o que li do livro de Kenneth Collins sobre a crença de Wesley num estado intermediário. Tal sinalização está dentro do escopo conhecido de que Wesley seria um teólogo de via média. Isso implica em reflexões teológicas influenciadas por certas doutrinas medievais (católicas). Runyon em “a nova criação” cita que um dos grandes “problemas” de Wesley foi dar forte ênfase na doutrina da santificação e perfeição cristã não dedicando muito tempo aos demais temas como, por exemplo, a escatologia. Vários estudiosos concordam com isso e chegam a afirmar que por isso a questão escatológica não ganhou muita ênfase no movimento metodista. Quando se trata do metodismo e de Wesley há muita coisa escrita e muita gente escrevendo de tudo – certamente há quem queira me contraditar ou mesmo Collins. O que destaco é que Collins “garimpa” os esboços teológicos de Wesley para dizer que ele cria no estado intermediário. Nas palavras de Collins: “Na morte, a alm

A igreja e o racismo

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O ano era 2008. Eu um simples seminarista do interior do Rio de Janeiro perdido em meio a correria de São Paulo. Olho no corredor. Um negro alto de fala mansa e sorriso aberto. Ao sorrir apertou a minha mão e me convidou para entrar. Era um encontro sobre negritude e os evangélicos. Algumas pessoas, conversa a plenária iria começar. O homem que me recebeu falaria na plenária. Seu nome: pastor Marco Davi. Começava ali um despertar de consciência evangélica sobre negritude. Para mim aquele encontro não dizia respeito a nenhum movimento social. A sensação que tive no momento (e que me acompanha até hoje) é que foi um despertar espiritual. Para ele pode ser que tenha sido mais um dos centenas de encontros sobre negritude e evangelho. Para mim foi o despertar de uma consciência. O homem de fala mansa e sorriso largo foi profundo em palavras. Aliás, não precisa ser enérgico, vociferar, empolgar o auditório com bravatas para ser profundo e tocante. A imponência vem pelo conhecimen

Ditadura à brasileira

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Há tempos queria falar sobre o livro do Villa “Ditadura à brasileira”, mas nunca o tinha lido. Como consegui compra-lo em uma promoção resolvi dedicar algumas linhas para tratar dessa obra. Já havia lido alguma coisa do Villa. Lembro-me de que na campanha presidencial de 2018 ele criticara a tese doutoral de Fernando Haddad com certo desprezo intelectual.Arrogou-se como grande pesquisador e escritor. Pois bem. O livro de Villa não é dos melhores para tratar do período – embora não se trate de uma tese doutoral não pode ser colocado como uma obra de grande destaque também. Parece que o autor procurou dar continuidade à biografia de Jango. A biografia é muito boa, já o livro sobre a ditadura não é tão bom. A começar pela própria divisão interna que é repartida em nove capítulos destacando os anos do regime. Por mais que a intenção tenha sido impingir certa didática ao livro dividindo-o por ano não pereceu razoável a maneira que Villa abordou os assuntos. A proposta principa