Segundo turno. Voto Nulo
Para muitas pessoas
anular o voto é sinal de alienação e despolitização em relação ao processo
eleitoral. Há quem defenda que na situação em que se encontra o segundo turno
das eleições a opção para salvar a democracia é votar no PT.
Primeiramente é bom
frisar que o voto deve ser um exercício consciente dos cidadãos e cidadãs. Por
consciência a pessoa deve se sentir representada e/ou se identificar com os
projetos políticos dos candidatos. No segundo turno a disputa é entre dois
projetos. Um de aparente barbárie e despreparo e outro um projeto de poder
baseado em vencer eleições a qualquer custo. Facilmente pode-se não identificar
com nenhum dos dois.
As eleições de 2018
possuem um tom peculiar. Há uma figura, Jair Bolsonaro, que diz defender o novo
na política – mesmo estando há 7 mandatos como deputado e tendo feito muito
pouco como tal. Esse cidadão cresceu politicamente alimentando o ódio ao
comunismo (personificado no PT). Além disso, defende medidas paliativas como
redução da idade penal, armamento da população, castração química para
estupradores, etc. Como boa parte disso diz respeito à segurança, muita gente
passou a aderir como sinal de esperança para a crise de violência no país.
Do outro lado tem-se o
PT na figura de Haddad, que é um excelente político e embarcou no projeto
irresponsável da executiva de seu partido no tempo errado. O projeto do PT
mostrou-se mais uma vez egoísta e autoritário. Egoísta por pensar em manter-se
no poder a qualquer custo e autoritário por sabotar concorrentes políticos como
no caso de Ciro Gomes.
O PT insistiu uma
candidatura de Haddad, preferindo correr o risco de perdê-la a fazer aliança no
campo da esquerda com Ciro, que de acordo com pesquisas, venceria Bolsonaro em
todos os cenários do segundo turno.
Agora há somente duas
opções: a barbárie de Bolsonaro ou o projeto de poder do PT.
Qual é a mais viável?
Nenhuma.
O que é necessário é
insistir na terceira via, prefigurada na pessoa de Ciro Gomes e fomentar uma
militância de oposição ao governo Bolsonaro, que antes de constituir-se de
fato, já se põe como tragédia anunciada.
É esperar para ver.
Apertem os cintos.
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