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Mostrando postagens de agosto, 2018

Houve ou não houve golpe em 1964?

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Nos últimos tempos tem-se ouvido repetidas vezes uma narrativa de que não houve golpe militar em 1964 e que a ditadura não existiu. Isso parece uma amnésia para não dizer “má fé” no sentido sartreano ou mesmo no sentido popular. Os anos 1950-1960 no Brasil foram, realmente, muito conturbados. A própria vida e eleição de João Goulart atestam isso. Jango era um homem pacífico e possuía poucas habilidades políticas. Isso é o que atesta Marco Antônio Villa em uma das biografias do ex-presidente. Aliás “Jango (1945-1964): um perfil” é um excelente livro. Villa explora as contradições interiores de Jango e também as de seu governo. É uma boa tentativa de desmistificar uma imagem construída de um político preparado e perspicaz. O historiador mostra a inabilidade política e a personalidade volátil daquele que para muitos foi um dos maiores presidentes brasileiros. Não somente o governo de João Goulart foi golpeado, mas a própria democracia. Pois a política nacional se viu rend

Destino ou por vir?

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Panorama histórico das tradições A teologia hebraica rompe com algumas visões tradicionais comuns nos povos antigos, tanto orientais, como ocidentais, pois inaugura uma concepção de história horizontal e linear calcada na liberdade humana. Se atentarmos para a literatura grega (grande influenciadora da cultura ocidental) com seus mitos e histórias, perceberemos que a concepção cosmogônica é baseada em ciclos que sempre se repetem e o ser humano, nesse contexto não possui liberdade para escolher ou mudar seu destino. Isso fica explicito em obras como: O Édipo rei, Odisséia e mesmo em Ilíada . Semelhante forma ocorreu com os povos da América, que em seu cotidiano esperavam a volta de divindades, em alguns casos para se vingar e outros para fazer justiça. Tomemos com exemplo a situação dos maias, que acreditavam serem os espanhóis deuses que viriam salvá-los. Assim também ocorria com os cananeus, que em seu panteão divino, entendiam a vida humana como produto de lutas entr

O pastor-adorador

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Esse texto é um pedido do amigo Vinícius Domingues Pimentel feito em 2012. Só agora resolvi escrever sobre. Certamente você já viu ou conheceu algum pastor com sorriso maroto, quase que teatral, com uma cara de “bobo alegre” e chamando todo mundo de amado/a, querido/a. Então, esse é o pastor-adorador. Quando me perguntam: o que faz um pastor-adorador? A resposta é óbvia. Ele adora. Adora na ora da pregação; do aconselhamento; do discipulado; da resolução de conflitos. Ele adora. O pastor-adorador furta-se a ser profeta. Não prega contra a injustiça. Seu discurso é que tudo se resolve com adoração. A vida dele é uma adoração. Às vezes não consegue perceber que seu casamento, sua vida familiar, ministério e suas relações não caminham no mesmo passo de sua adoração. Mas ele? Ele adora. Uma vez passei por um problema seríssimo na igreja. Algo que demandava uma ação enérgica e urgente. Contei isso a um amigo pastor-adorador. Ele disse que iria orar e adorar e que Deus “