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Mostrando postagens de março, 2020

O poço - El hoyo - uma breve análise

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E aí? O recado foi dado à administração ou não? Essa é a pergunta final que se faz ao assistir “o poço” (el hoyo – título original). O filme trata de um futuro distópico numa prisão vertical em que são confinados dois presos por andar. A maioria das pessoas presas está ali por algum delito cometido a exceção talvez seja Goreng, o personagem principal. Ele se voluntariou a estar na prisão por dois motivos: parar de fumar e ler o livro “Dom Quixote de la mancha”. Uma das chaves de leitura do filme possivelmente pode estar ligada à obra de Miguel de Cervantes. Cada preso tem direito de levar um objeto para dentro da prisão. As pessoas levaram de tudo: dinheiro, prancha de surf, cachorro, faca. Goreng de Dom Quixote - ele queria lutar contra estruturas invisíveis? Um mensageiro de novos tempos? Goreng acorda no 48º andar e tem como companheiro de cela, Trimagasi, um velho que já estava confinado há alguns meses. Uma vez por dia descia uma plataforma com comida começando do pr

O reinado de Josias e a reforma do culto

O reinado de Josias (640-609 a.C.) marca uma importante transição no Reino Sul. O Reinado de Manassés foi desastroso para Judá, por isso construiu-se uma resistência no interior do poder monárquico. Amnon reinou por dois anos em seu lugar e logo foi assassinado por um grupo que paulatinamente foi assumindo o poder: o povo da terra. Essa tomada do poder por esse grupo ficou conhecida como revolução de 640 a.C. em que esse grupo de camponeses resolve assumir a direção política do reino do sul e dar um golpe de estado, matando Amnon e colocando Josias no poder. Na prática isso corresponde a governar por meio de uma criança, pois na ocasião do golpe Josias tinha oito anos de idade (2 Rs. 21,24). Quem era esse povo da terra? Povo da terra do hebraico ‘ am ha’ares de acordo com Frank Crüsemann era uma elite campesina judaíta que tomou o poder na revolução de 640 a.C. e passou a manipular a política do reino do sul. Eles eram camponeses e tinham seus interesses. Por esse motivo ma

Comunidade e diálogo: Paulo Freire e a educação cristã

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Introdução: tratar do tema da educação não é tarefa das mais fáceis, sobretudo, nos dias de hoje em que a educação sofre um de seus maiores retrocessos, seja pela falta de políticas públicas ou pela má gestão de seus responsáveis. Nas instituições de ensino privado o que se visa é o lucro. Nada mais. Definitivamente a educação tem sido vista como mercadoria. Já no âmbito das religiões os retrocessos são notórios. Interrupção de financiamento de pesquisa; demissão de docentes; processos trabalhistas, etc. Em meio a tudo isso é necessário sinalizar para caminhos de esperança possíveis. Como salvar o processo? Essa tem sido a questão crucial. Como voltar a se reencantar com a educação? É necessário pensar num caminho que desperte o prazer e a “mágica” de ensinar com ato de amor, coragem diálogo e comunhão. Por isso nos propomos a pensar o caminho amoroso da educação através de três momentos. Primeiramente pontuando o perigo de uma educação autoritária e alinhada com os ideais de dom