O vencedor das eleições

As eleições de 2018 têm um vencedor. Se engana quem acha que estou me referindo a Jair Bolsonaro. Quem venceu foi o anti-petismo. 

Há muito tempo partidos de esquerda como PSOL, PDT e o histórico PC do B vigoram, na concepção da oposição, no guarda-chuva do petismo. Aliás, esse carrega a culpa das desventuras ocorridas, sobretudo, em fins de 2013 aos dias atuais. 

O cenário desenhado após o 7 de outubro de 2018 é intrigante. Renovação de mais de 80 % na bancada do senado, redução de deputados nos históricos PSDB e DEM, aumento de deputados do PSL, partido de Bolsonaro e disputa em 2º turno em Minas Gerais entre um candidato no partido NOVO e o tradicional PSDB, com vantagem significativa do primeiro. Entre tantas outras coisas.

Na eleição presidencial Bolsonaro quase ganhou no primeiro turno, necessitando de 3% para levar o pleito. Fechou a eleição com 48% dos votos. Sem fazer coligação, com pouco tempo de campanha e não participando do principal debate – Rede Globo. Somente no Nordeste, excetuando o Ceará, o candidato do PT Haddad venceu.

Esse pleito notabilizou-se pela não correspondência das chamadas pesquisas de opinião com a realidade da apuração. Nomes como Dilma Rouseff e Roberto Requião dados como certos em suas vagas para o senado não consolidaram suas vagas. 

As redes sociais protagonizaram a eleição de nomes como Alexandre Frota, Kim e Mamãe falei do MBL assim como outros nomes ligados ao partido NOVO e PSL. 

Em comum todos tem como inimigo o petismo e a esquerda. Seu prisma é o liberalismo e abolição do Estado como arbitro das desigualdades sociais. 

É certo que a política tradicional foi vencida. Geraldo Alckmin e Henrique Meireles gastaram fortunas com campanhas e não somaram juntos 6% de intenção do eleitorado, mas sem dúvidas o mais prejudicado foi o PT, que viu seu capital eleitoral de 30% do eleitorado nacional quase esmagado no primeiro turno. 
Provavelmente haverá uma vitória expressiva de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições. A estimativa é que seja algo em torno de 60% ou mais. 

O anti-petismo venceu. 

É verdade que o petismo perdeu-se em sua ambição. É como a história de Narciso. Morreu contemplando a si mesmo. A falta de uma leitura coerente da realidade; a ambição pelo poder a qualquer custo e a ausência de uma auto-crítica honesta foram responsáveis por essa que tende a ser a maior derrota eleitoral do PT desde sua fundação.

O que sobra para o segundo turno? Não muita coisa. Jair Bolsonaro conseguiu congregar religiosos, liberais, moderados, jovens, velhos, crianças todos e todas contra as ameaças atribuídas ao PT: ideologia de gênero, socialismo venezuelano, reforma agrária, ativismos, greves, etc. 

Parece não importar seu plano de governo - que quase não existe. Muito menos as propostas de seu guru o PhD Paulo Guedes em diminuir insumos, cortar gastos, privatizar, incentivar a economia, etc. Aliás, nenhum economista renomado, seja de direita ou de esquerda entende como Guedes fará o que promete.

Os generais que apoiam Bolsonaro ressuscitam o fantasma do comunismo, figurado na figura do PT. Pastores como Silas Malafaia vociferam a varredura dos comunistas do Brasil. As primeiras páginas de Élio Gáspari sobre a ditadura iniciam com os militares e a sociedade civil querendo se livrar da ameaça comunista representada por Jango, um mero reformista. A história parece se repetir. O inimigo da vez? O petismo. 

As possibilidades de vitória do PT são mínimas uma vez que se comprometeu com pautas progressistas que entram em descompasso da realidade conservadora da sociedade brasileira. O pouco que sobra de capital político é atribuído ao assistencialismo à população pobre dos estados do nordeste. Não parece ser verossímil  a afirmação que há uma troca (voto por benefícios sociais). O nordestino é politizado e ama as disputas políticas. Entretanto, o preconceito e o estigma atribuem-lhes a alcunha de miseráveis.

O segundo turno aguarda ainda algumas surpresas como a possível eleição do candidato do NOVO em Minas Gerais e do candidato do PSC no Rio de Janeiro. 

As forças progressistas necessitam de uma frente ampla. Do contrário serão varridas e dizimadas pelo
anti-petismo, que já é o grande vencedor dessas eleições.


Comentários

  1. Texto mt bom só lembrando q só ñ houve eleição no primeiro pq houve muita fraude urnária e a globo atribui cm fake news
    Bom aqui em sua antiga terra onde td começou ministerialmente p vc houve
    E olha q temos a Tv Rio Sul filiada a globo mas pq ñ dispuseram nada?
    Forte abç meu Pr

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