Ciro e o novo brizolismo
O primeiro turno das
eleições de 2018 chegou ao fim e uma pergunta fica no ar: Ciro Gomes é o
representante do novo brizolismo?
Depois da morte de
Leonel Brizola (2004) o trabalhismo e nacionalismo brasileiros ficaram sem um
representante à altura. A candidatura de Ciro pelo PDT apresentou-se como uma
terceira via crítica tanto à direita, quanto à esquerda.
Embora mais alinhado
com a esquerda do que com a direita o trabalhismo brizolista caracteriza-se
pela proposta de uma soberania nacional e do desenvolvimento das forças
produtivas com vistas a desenvolver e economia interna brasileira. Ciro fez
inúmeras propostas em seu plano de governo e as apresentou em debates
televisivos e entrevistas. Restaurar o parque industrial nacional, desenvolver melhor
alguns setores da agricultura e “oxigenar” as finanças foram algumas das
propostas.
Tais propostas
reacendem o brizolismo. Uma vez que Brizola foi um dos grandes estadistas
brasileiros, nacionalista e herdeiro do trabalhismo varguista. Sua vida foi
marcada pela militância e pela defesa da soberania nacional. Quando governador,
tanto no Rio Grande do Sul, quanto no Rio de Janeiro defendeu o desenvolvimento
da economia, abertura ao capital estrangeiro mas, sobretudo, frisou a decisão em
prol de um projeto nacional de desenvolvimento do país.
Ciro se apresenta com
um legitimo brizolista. No PDT, carente de liderança, pode encampar a liderança
nacional de uma terceira via mais coerente, nacionalista, progressista, que não
se confine a repetir teorias totalitaristas mofadas e centralizadoras e nem a subserviência
às potencias do grande capital.
Se aprender com
Brizola, Ciro verá que as derrotas ensinam muito mais do que as vitórias e certamente
colherá os frutos do investimento e insistência num projeto maduro, concreto e
salutar de país.
Ainda que no Brasil,
especialmente, a partir de 2013 viva-se um clima de rejeição da política tradicional
e ascenção de movimentos liberais e identificados com as tendências de uma
direita internacional, Ciro tem plenas condições de dialogar e fazer com que
haja congruência em prol de um
projeto que potencialize o desenvolvimento do
Brasil.
Talvez Ciro seja mesmo
o presidente que empunhará a bandeira da ressureição do brizolismo.
Que ele representa bem o brizolismo é algo cristalino. Me parece somente, salvo melhor juízo, que Brizola tinha um pouco mais de "finesse" ao lidar - por exemplo - com a multidão ou com os opositores. Não me lembro de registro do velho caudilho destratando populares com palavras de baixo calão, ou ofendendo opositores no calor do debate. Especialmente quanto a isso, me lembro da elegância com que o velho Leonel se saía, nas disputas com outras expressões políticas.
ResponderExcluirvivemos uma outra época... Ciro é ajustado à política dos dias atuais... não pode levar desaforo pra casa, afinal para que a 3 via surja de fato é preciso temperar o pulso firme com a flexibilidade no trato
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