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Mostrando postagens de dezembro, 2021

O Cheiro do ralo

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  Uma das obras mais emblemáticas para mim é “o cheiro do ralo” de Lourenço Mutarelli. Trata-se de uma espécie de romance em que o personagem principal se dedica a comprar e vender objetos usados. Apesar de ser um homem com dinheiro possui gostos excêntricos. Um deles é gostar do cheiro do esgoto que vem do ralo. A trama se desenvolve tendo como pano de fundo a loja, o ralo e a excentricidade do personagem, que beira à esquizofrenia – esse é o ponto que mais me chama atenção. O personagem principal ressignifica sua relação com o mundo e estabelece com algumas coisas o desejo da forma mais estranha possível. Cria novos códigos, símbolos e linguagens.

O castelo dos destinos cruzados

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Mais do que um texto e uma junção de palavras. Cada leitura é uma experiência nova. Não somente pelas obras ou pela mentalidade dos autores e autores, que por si só já são universos paralelos demais para qualquer um, a possibilidade de ilações e reflexões que cada leitura proporciona é fenomenal. Além disso, a viagem intrínseca que a abstração os fornece é sensacional. O último livro que li se chama “O castelo dos destinos cruzados” de Ítalo Calvino. O autor é renomado no meio literário. Suas obras são conhecidas do público geral que transita por textos literários, mas esse livro tem uma linha um pouco diferente. É escrito no final da década de 1960 e publicado em 1970 e trata-se de uma leitura a partir das cartas do tarot de Marselha. Essa não é a primeira e não será, provavelmente, a última obra a tratar do tema, mas o autor remete o texto há Idade Média em que as cenas de cavaleiros numa taverna são descritas com perfeição. A trama se passa da seguinte maneira: ao passar por