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Mobilidade urbana no Brasil

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Um dos poucos espaços que tenho para expor minhas ideias e extravasar meus pensamentos ainda são as redes sociais. Sendo assim, segue uma reflexão sobre mobilidade urbana em cidades de médio porte. Muitos países tem investido em modais de transporte alternativo. Um dos exemplos mais sintomáticos é a China. Em algumas cidades (mesmo de médio porte) a adoção do ônibus elétrico tem sido uma das formas de conter a poluição e fomentar linhas exclusivas para o deslocamento das pessoas. O Brasil faz fronteira com a Bolívia, que é produtora de bateria. O país possui uma grande reserva de lítio. Essa é uma das alternativas que podem ser adotadas para minimizar os impactos ambientais, otimizar a economia, gerar emprego e renda e firmar acordos bilaterais. Outra forma que ganha cada vez mais notoriedade é o fomento de ciclo-faixas exclusivas para deslocamento. Além de ser um transporte não poluente a bicicleta é um dos meios que estimulam a atividade física e faz com que o transporte automo

Barbie: um filme com várias camadas

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 Depois de tanto ouvir falar do filme Barbie finalmente fui assistir e tirar minhas próprias conclusões e posso afirmar sem dúvidas: é um filme com muitas camadas, que não se pode discutir em poucas linhas. A direção do filma joga muito bem com a questão lúdica e afetiva, pois a boneca marcou gerações. Esse binômio perpassa a temática de forma a interligar várias cenas. Há, como já divulgado, uma crítica ao patriarcalismo (ao meu ver muito mais como sátira, do que proposição real). Mas o filme não se resume a isso, pois trabalha temas como quebra de estereótipos, autonomia, sublimação, recalcamento, projeções e uma gama de assuntos que surgem entre sátiras e cenas lúdicas. Até mesmo a crítica de que o filme se trataria da mulher na sociedade branca americana não se sustenta, pois observa-se a divisão do protagonismo com pessoas negras, latinas e asiáticas. De maneira geral não se pode fazer essa crítica sobre o “american way of life”. Por tudo isso o filme tem sido alvo de crític

Homem-Aranha através do aranhaverso

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  Minhas impressões sobre o filme não pretendem dar spoilers, contudo não posso deixar de destacar algumas coisas que já haviam me impressionado no primeiro. Miles é um jovem negro do Brooklin que tem que lidar com várias questões inerentes a sua idade e as demandas em ser herói. Como o subtítulo sugere o aranhaverso é uma espécie de multiverso em que diversos aranhas tem a oportunidade de se encontrar alterar (ou não) as histórias.   Não é nada novo quando comparado ao tema de viagens no tempo e existências de universos distintos. O dilema de Miles envolve questões familiares. Eis a questão: até onde vai a ética de um herói? Qual seria seu limite? É errado escolher salvar uma pessoa que ama ao invés de um monte de gente desconhecida? Questões como essas são postas e vão determinar o desenvolvimento da trama. A temática negra também aparece muito forte, pois as relações relacionadas à paternidade, pertença, valores e ética do gueto são trazidas a todos os momentos em diversas cenas

Evangélicos e corrupção

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Fui convidado esses dias para falar sobre a relação dos evangélicos fundamentalistas brasileiros e a corrupção. Confesso que esse é um assunto que tenho pouca leitura em comparação a meus colegas que estudam o tema. Contudo não pude me furtar a essa responsabilidade. No Brasil não há um fundamentalismo, no sentido de escola de pensamento formal, uma vez que, fundamentalismo é uma escola teológica que tem uma série de pressupostos. No Brasil esses pressupostos não são levados em conta. O que há, então? Há uma misturas de diversas tendências conservadores que visam conferir poder a grupos religiosos e repelir qualquer tentativa progressista de interpelação ou questionamento. Sabe aquela máxima? “O inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Então, é isso. As pessoas tendem a se defender por afinidade. Aí, fazem da teologia essa coisa. E onde entra a corrupção nisso? Ora, não basta muito tempo dentro de qualquer denominação religiosa para perceber que as igrejas são corruptas. Então elas f

Expandindo fronteiras

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 Escrever é uma tarefa árdua e por vezes dolorosa. Para mim tem um item a mais: escrever é quase um exercício místico, espiritual ou coisa assim. Às vezes escrevo para passar tempo; às vezes por que estou com raiva; às vezes por que estou feliz e às vezes por que me “dá na telha”. Nessa reconciliação com meu blog trago uma experiência que vivi esses dias num convite para falar num evento internacional que tive oportunidade de contribuir com uma reflexão sobre “corrupção, fundamentalismo, evangélicos e o Brasil”. Antes de mim falaram pessoas ilustres, ganhadoras de prêmios de literatura e tal. E eu estava lá: apenas contribuindo com reflexões sobre minha percepção de Brasil. Cheguei a ficar surpreso com as reações. Alguns retornos me deixaram pensativo e reflexivo: o que um cara como eu (vivendo uma vida modesta de professor, morando num interior desse Brasil de meu Deus, sem expressão no cenário acadêmico, literário, etc.) tem a contribuir? Talvez muita coisa... mas ocorre que

O algoritmo da imagem

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Já faz tempo que não escrevo nada para esse blog e eu mesmo já não estou tão inspirado como outrora para escrever nada. Sempre pensei que o interessante da escrita é a divulgação, independente de quem seja o autor ou a autora do texto. Contudo, depois de uma conversa com amigos que disseram sentir falta de ler alguma coisa que escrevo (muito por conta da forma como me posiciono) farei nesses breves linhas que se seguem algumas considerações sobre um assunto que me prendeu nesses últimos dias. Meu amigo Marcelo me apresentou um canal de Youtube (o algoritmo da imagem) no qual a apresentadora, senhorita Bira, faz uma análise semiótica de eventos contemporâneos ligados à política e sociedade. Já há no Youtube um canal semelhante (Tempero Drag), entretanto a forma com que srta. Bira coloca e pondera as questões chamou-se atenção. É interessantíssimo que ela critica a forma com que se constrói valores e tendências por meio da semiótica e ela mesma utiliza esses elementos em seus vídeos.

A história da UCEB

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  O livro Piedade, responsabilidade, política: história e memória da UCEB, de Moisés Coppe é um trabalho primoroso, fruto de uma pesquisa competentíssima. O livro se dedica a resgatar a história de uma organização de estudantes protestantes, que teve uma guinada importante no que o autor denomina como 3º momento de sua história. A importância dessa obra possui um significado relevante, sobretudo, por trazer à baila um tema que está em alta no atual momento político: a relação dos evangélicos com a política brasileira. A UCEB foi um movimento que buscou conjugar a piedade com a luta política sob uma ótima crítica e propositiva desde a realidade latino-americana, conjugando para isso várias ferramentas sociológicas, incluindo, o marxismo. Concomitantemente a esse processo não abriu mão de seus valores cristão, pois tinha em seu horizonte a piedade e os valores do evangelho em sua tônica protestante. Por uma questão de identificação e referenciais utilizados me identifiquei muito co