Wesley e o estado intermediário
Em poucas palavras pretendo expor o que li do livro de
Kenneth Collins sobre a crença de Wesley num estado intermediário. Tal sinalização
está dentro do escopo conhecido de que Wesley seria um teólogo de via média.
Isso implica em reflexões teológicas influenciadas por certas doutrinas
medievais (católicas).
Runyon em “a nova criação” cita que um dos grandes “problemas”
de Wesley foi dar forte ênfase na doutrina da santificação e perfeição cristã
não dedicando muito tempo aos demais temas como, por exemplo, a escatologia.
Vários estudiosos concordam com isso e chegam a afirmar que por isso a questão
escatológica não ganhou muita ênfase no movimento metodista.
Quando se trata do metodismo e de Wesley há muita coisa
escrita e muita gente escrevendo de tudo – certamente há quem queira me
contraditar ou mesmo Collins. O que destaco é que Collins “garimpa” os esboços
teológicos de Wesley para dizer que ele cria no estado intermediário. Nas
palavras de Collins:
“Na morte, a alma imortal entra no Hades, o receptáculo dos
espíritos separados, um lugar ou estado de ser que não dever ser confundido com
inferno, conforme argumenta Wesley, pois é a residência de todos os espíritos
separados, tanto justos como injustos” (COLLINS, 2010, p. 416).
Collins colhe muitas de suas afirmações de um sermão de
Wesley intitulado “sobre a fé” pregado dois anos antes da morte do fundador do
metodismo.
Para Wesley o Hades é a antecâmara do inferno e do céu. Uma
espécie mesma de estado intermediário. Esse ensino difere um pouco de teorias
clássicas como a de que quando se morre a alma espera já no paraíso ou ainda
que aguarda o juízo final.
Como uma teologia de via média a proposta wesleyana entende
o credo apostólico como versão escatológica atual ao mesmo tempo em que rechaça
a ideia de purgatório. A diferença básica é a crença no purgatório prevê uma
salvação pós-morte – e não é isso que Wesley propõe.
Collins ainda ilustra com um gráfico didático a crença de
Wesley nesse estado intermediário.
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