54 anos sem Malcom X
Eu era apenas o “neguin” que gostava de funk e começou a ouvir um grupo de RAP. Um tal de Racionais Mc´s. Grupo de São Paulo. São Paulo e Rio sempre tiveram disputas inúmeras. Eu era do funk, mas gostei do RAP. Raio X do Brasil era o nome do CD. Na pauta: negritude, racismo, consciência negra e resistência. Em uma das letras falava-se de Malcom X. Eu nem sabia quem era. 2008 foi um ano de muita mudança na minha vida. Pela primeira vez eu saia de casa. Fui morar em São Paulo (centro do mundo. Tudo passa por São Paulo). A militância me identificou. A consciência foi despertada. Eu não era preto - pensava. Num encontro sobre negritude um irmão enquadrou. “Esse cara não é preto!”. O líder começou a aula ali... com uma frase que eu nunca esquecerei... “Existem tons de negro. Esse cara é negro. Olha os traços negroides. Não confunda melanina com negritude. E seguiu o debate”. Que aula! Falou-se muito em Malcom X. Eu não fazia a mínima, mas fui atrás. Em minha companhia, meu melh...