Mobilidade urbana no Brasil
Um dos poucos espaços que tenho para expor minhas ideias e
extravasar meus pensamentos ainda são as redes sociais. Sendo assim, segue uma
reflexão sobre mobilidade urbana em cidades de médio porte.
Muitos países tem investido em modais de transporte
alternativo. Um dos exemplos mais sintomáticos é a China. Em algumas cidades
(mesmo de médio porte) a adoção do ônibus elétrico tem sido uma das formas de
conter a poluição e fomentar linhas exclusivas para o deslocamento das pessoas.
O Brasil faz fronteira com a Bolívia, que é produtora de
bateria. O país possui uma grande reserva de lítio. Essa é uma das alternativas
que podem ser adotadas para minimizar os impactos ambientais, otimizar a
economia, gerar emprego e renda e firmar acordos bilaterais.
Outra forma que ganha cada vez mais notoriedade é o fomento
de ciclo-faixas exclusivas para deslocamento. Além de ser um transporte não
poluente a bicicleta é um dos meios que estimulam a atividade física e faz com
que o transporte automotivo – de carro com uma ou duas pessoas congestionando o
trânsito – seja evitado.
Há modais que podem ser aproveitados pensando também na
sustentabilidade e utilização responsável dos recursos naturais. Tais são o
metroviário, ferroviário e hidroviário.
Os países desenvolvidos têm otimizado essas alternativas e
diversificado a matriz econômica e de transporte. Mas por que no Brasil isso
não funciona como deveria?
No Brasil o conluio entre poder político e financiamento de
campanhas eleitorais faz com que os interesses comuns sejam colocados em segundo
plano. Nesse sentido, os espaços do Estado são verdadeiros balcões de negócio
de setores empresariais. Isso se expressa, por exemplo, na insistência da
utilização do transporte automotivo (individual e coletivo) como principal
elemento de deslocamento urbano.
Enquanto na maioria do mundo desenvolvido outros modais de
utilização coletiva são privilegiados, no Brasil insiste-se em elementos
poluentes, que não solucionam os problemas e atendem a interesses privados.
Outro fator diz respeito à infraestrutura das principais
vias de deslocamento (federal, estadual, municipal) permanecem com a
praticamente a mesma estrutura em que foram criadas. Um dos exemplos patentes é
a rodovia presidente Dutra, que mesmo depois de sua concessão mantém-se na
mesma dinâmica do período em que foi construída, ou seja, manteve-se com duas
pistas, sem alterações estruturais e com alto índice de acidentes nos mesmos
pontos críticos.
É de se perguntar até quando o Brasil insistirá nesse modelo
retrógrado com políticas obsoletas na contramão do mundo desenvolvido?
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