Tim Maia do Brasil
No Final desse post há um vídeo com uma música. Aconselho aos leitores e leitoras acompanharem esse leitura ao som de Tim Maia.
Para além das definições triviais Tim Maia foi, na minha opinião, o maior cantor brasileiro de sua geração. Muito de suas desventuras e prejuízos em sua carreira devem-se ao gênio intempestivo e personalidade forte do "gênio musical". É certo que se não fosse isso e outras conjunturas históricas (ida aos EUA, advento da Bossa Nova e supervalorização do rock) Tim teria sua carreira ampliada.
Para além das definições triviais Tim Maia foi, na minha opinião, o maior cantor brasileiro de sua geração. Muito de suas desventuras e prejuízos em sua carreira devem-se ao gênio intempestivo e personalidade forte do "gênio musical". É certo que se não fosse isso e outras conjunturas históricas (ida aos EUA, advento da Bossa Nova e supervalorização do rock) Tim teria sua carreira ampliada.
Nascido e criado no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, Sebastião
Rodrigues Maia foi contemporâneo de Roberto e Erasmo Carlos. Roberto havia
saído de Cachoeiro do Itapemirim Espírito Santo, e ido ao Rio de Janeiro para tentar carreira
musical. Na época cantava rock imitando cantores famosos e tentava emplacar
algum sucesso. Tim era conhecido como “Tião marmita”, pois seus pais
trabalhavam numa pensão e ele entregava comida.
Como era vizinho de Erasmo e Roberto montaram um grupo, Sputinks, mas o sucesso não veio. Tim resolveu sair do Brasil rumo aos Estados Unidos. Sua passagem por lá foi rápida, mas suficiente para absorver o Soul e o swing negro estadunidense. Depois de algumas prisões e de sua deportação Tim voltou ao Brasil.
Como era vizinho de Erasmo e Roberto montaram um grupo, Sputinks, mas o sucesso não veio. Tim resolveu sair do Brasil rumo aos Estados Unidos. Sua passagem por lá foi rápida, mas suficiente para absorver o Soul e o swing negro estadunidense. Depois de algumas prisões e de sua deportação Tim voltou ao Brasil.
Os anos 1960
chegaram e o Brasil vivia um novo momento. Nas paradas de sucesso a Jovem
Guarda. O maior nome da época era Roberto Carlos, colega de Tim nos tempos de
Tijuca. Sem sucesso Tim tentou aproximação,mas viu que não seria bem-sucedido e resolveu seguir sua carreira solo.
Somente nos
final dos anos 1960 que Tim começou a fazer sucesso. Em 1969 sua música, Primavera, tocava em todas as rádios. Isso
abriu as portas para o cantor. Em seguida foi se definindo seu estilo musical
com forte variação entre músicas românticas, Soul, Funk e até baião.
Isso fica evidente na música “Coroné Antonio Bento”, por exemplo.
Dos anos 1970
em diante a carreira de Tim Maia teve ascensão meteórica com altos e baixos em
meados dos anos 1980 e 1990. Várias fases podem ser destacadas. Tim chegou a
vigorar entre os grandes nomes da MPB. Faleceu em 1998 em decorrência de
problemas cardíacos.
Curiosidades
Como sou
teólogo a mim sempre interessou o tema da religião e espiritualidade. Meu gosto
pelo rap e pelo grupo Racionais Mc´s me levou a saber sobre a origem do nome do
grupo. Em uma entrevista mano Brown disse que a influencia vinha de um disco do
Tim Maia chamado, Tim Maia Racional. Como bom investigador, fui saber do que se
tratava.
Em 1975 Tim
Maia havia se convertido a uma religião chamada : “Universo em Desencanto” cujo
líder espiritual era Manoel Jacintho. Pregava-se que o mundo cotidiano estava
magnetizado e que era necessária a imunização racional para tanto. Por isso o
apego aos bens materiais, cores alegres e sentimentos excessivos faziam com que
a pessoa ficasse magnetizada. Por meio de portais astrais e da ativação correta
da glândula pineal a pessoa alcançava a imunização.
Tim Maia era
homem de extremos. Jogou-se logo de cabeça na religião. Não somente isso.
Obrigou a banda a embarcar junto com ele na aventura. Resultado: a melhor fase
musical de Tim e sua banda. Nelson Motta assim descreve o período: “ Todos estavam
mergulhados de corpo e alma naquela aventura, nunca a banda estivera tão unida
em torno de Tim e nunca tocara tão bem” (MOTTA, 2007, p.136).
Como produto desse tempo vieram os discos: Tim Maia Racional I e II. Várias dessas canções
ficaram conhecidas posteriormente. Algumas como “Bom senso”, “Que beleza” e
“Leia o Livro” tocam nas rádios até os dias de hoje.
O filme
interpretado por Babu Santana mostra Tim desiludido com Manoel por conta de um
caso de assedio que havia presenciado. Nelson Motta não corrobora essa
informação. Na verdade, Tim havia cansado daquela loucura que, entre outras
coisas, lhe impunha grande escassez financeira. Ficou aproximadamente um ano no
“Universo em Desencanto” e se desencantou de vez.
MOTTA, Nelson. Vale Tudo: o som e a fúria de Tim Maia. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
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