O que é comunismo (em 5 minutos)


O mundo imediatista em que vivemos nos exige que respondamos rápida e sucintamente sobre algumas questões (algumas ou muitas dependendo do assunto). Por isso resolvi escrever esse pequeno e modesto texto.

Precisamente o motivo que me leva a escrever é a pergunta simples feita por um amigo: o que é comunismo? Óbvio que demanda uma resposta extensa e erudita, mas como dizer isso a uma pessoa simples e com palavras simples? Aliás, se a nossa linguagem não falar aos simples a quem falaremos?

O comunismo pode ser situado em vários momentos da história. Se fizermos uma abordagem alegórica podemos situá-lo em diversos momentos, mas como nosso caso é sintético precisamos delimitar o leque e tratar do assunto de forma precisa.

Nos idos do século XVIII, portanto, lá por mil setecentos e pouco surgiram críticas à sociedade capitalista industrial nascente. Esses pensadores foram os chamados primeiros socialistas. Por que? Por que criticavam a sociedade capitalista e tinham propostas para a superação de seus entraves (desigualdade social, desemprego, êxodo rural, superpopulação nas cidades, miséria ao extremo, etc.)

Os primeiros foram Charles Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e  Robert Owen (1771-1858). Em comum críticas ao capitalismo e propostas utópicas, como por exemplo, convencer os empresários a lucrarem menos; fundação de fazendas de cooperação comum e coisas do gênero. Sua importância se faz no seguinte sentido: eles criticaram o capitalismo e propuseram mudanças – ainda que inviáveis.

Karl Marx e Friedrich Engels foram os que criticaram o capitalismo a partir do estudo de economistas clássicos e propuseram sua superação. A obra exponencial dessa dupla foi  “O Capital” em que estudam a funcionamento do capitalismo e demonstram sua engrenagem, sinalizando para uma possível superação.

Após a divulgação das ideias de Marx e Engels muitas propostas foram incorporadas e aperfeiçoadas em debates e estudos. Em síntese o comunismo seria o estágio final da humanidade, precedida pelo socialismo e pela revolução dos meios de produção.

Para Marx e Engels o capitalismo chegaria a uma crise que faria com que os trabalhadores – produtores reais das riquezas – se organizariam, tomariam o poder e fariam uma revolução dos meios (instrumentos) de produção, ou seja, controlariam fábricas, bancos, a política e preparariam a sociedade para o último estágio: o comunismo.

O socialismo é um estágio de estatização da produção e das relações em si. Nesse caso o estado seria dirigido pelos trabalhadores organizados. A completude viria quando tudo estivesse funcionando e por fim não se necessitaria mais do estado para regular as relações.

O comunismo ou a ideologia comunista hoje se apresenta mais como um ideal do que como proposta em si. É verdade,
que há pessoas que acreditam numa revolução mundial e a guinada da sociedade para o modelo socialista e/ou comunista de produção outras nem tanto.

O que socialismo e comunismo têm em comum é a crítica ao modelo de produção capitalista, a privatização e o sucateamento das relações de trabalho. Na atual conjuntura foram incorporadas várias outras pautas que não eram presentes no tempo dos precursores do socialismo/comunismo como, por exemplo, questões ambientais, sexualidade, gênero e afins.

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