Teologia política, espiritualidade militante
Esse livro é fruto de uma pesquisa de iniciação científica
que fiz sob orientação do professor Cláudio de Oliveira Ribeiro entre os anos
de 2008 a 2010. Trata-se de um resgate dos escritos de Frei Betto, de cunho
cristão, na revista Caros Amigos e a partir disso alguns apontamentos que se
pode fazer.
De início chamou a atenção a recorrência com que os escritos
cristãos de Frei Betto eram publicados na revista. A partir da leitura de
dezenas deles percebi que havia algo a mais. Havia uma proposta de espiritualidade
que poderia ser exercida por qualquer pessoa, independente da confissão de fé,
ou mesmo da fé, uma vez que o público para qual a revista é destinada tende a
ser ateu o agnóstico.
A pergunta que inevitavelmente necessitava ser feita era a seguinte: como uma revista secular - com um grande público ateu - publica textos de cunho cristão? A partir disso a inquietação foi investigar se havia alguma proposta teológica feita pelo autor dos textos (Frei Betto). Tratar-se-ia de uma proposta confessional ou livre? Quem poderia praticá-la? Essas foram as questões que ajudaram a compor o texto e a dissertação dos capítulos.
A pergunta que inevitavelmente necessitava ser feita era a seguinte: como uma revista secular - com um grande público ateu - publica textos de cunho cristão? A partir disso a inquietação foi investigar se havia alguma proposta teológica feita pelo autor dos textos (Frei Betto). Tratar-se-ia de uma proposta confessional ou livre? Quem poderia praticá-la? Essas foram as questões que ajudaram a compor o texto e a dissertação dos capítulos.
Na primeira parte fiz um recorte histórico entre as décadas
de 1950 e 1960. Esses anos foram marcados pela efervescência política e pelo
golpe militar que durou vinte anos. Data daí a formação do pensamento que viria
a ser sistematizado sob a alcunha de Teologia da Libertação. O período é de suma importância, pois se trata de um dos momentos mais profícuos política e socialmente no Brasil e que acabou por ser abafado pelo golpe civil-militar de 1964.
Antes mesmo da polêmica em torno do golpe militar já havia uma intenção em discutir o tema. Por considerar os anos de 1960 um dos mais promissores politicamente no Brasil tive a inclinação em problematizar o período e amadurecer algumas hipóteses despertadas pelas leitura de "Combate nas trevas" de Jacob Gorender e "1964: a conquista do Estado" de René Dreifuss. Somou-se a isso a vontade de conhecer melhor e relação entre "o inimigo número um" da ditadura: Carlos Marighella e a Teologia da Libertação.
Antes mesmo da polêmica em torno do golpe militar já havia uma intenção em discutir o tema. Por considerar os anos de 1960 um dos mais promissores politicamente no Brasil tive a inclinação em problematizar o período e amadurecer algumas hipóteses despertadas pelas leitura de "Combate nas trevas" de Jacob Gorender e "1964: a conquista do Estado" de René Dreifuss. Somou-se a isso a vontade de conhecer melhor e relação entre "o inimigo número um" da ditadura: Carlos Marighella e a Teologia da Libertação.
A Teologia de Libertação e objeto de estudo no Brasil e na América Latina. As dezenas de centenas de artigos se perdem em meio a tantos assuntos. Dentro da própria corrente há o que alguns chamam de “levas”
ou “turmas” para distinguir as diferentes fases da corrente. A primeira seria
composta por Richard Shaull, Hugo Assmann, Rubem Alves e já a segunda composta
por Boff, Gutiérrez e Betto. O que as difere é o horizonte utópico (Reino de
Deus). Enquanto na primeira não se
definia em nenhuma categoria histórica a segunda passou a identifica-lo com o
socialismo.Já uma terceira tratar-se ia de analisar criticamente as fases anteriores. Nelas se inserem as críticas de Hinkelammert, Jung Mo Sung, no que diz respeito à economia e Cláudio Ribeiro e Faustino Teixeira no que diz respeito ao diálogo religioso, por exemplo.
Dessa maneira o primeiro capítulo trata da formação de
Teologia da Libertação e da influencia de Carlos Marighella (fundador da ALN)
sobre a vida dos dominicanos. É mais um levantamento histórico com recortes em
períodos marcantes tanto para a formação da Teologia da Libertação quanto para
a biografia pessoal de Frei Betto. Como o livro trata-se de uma abordagem sucinta não entrei no mérito da grande polêmica envolvendo as versões de Gorender e de Betto. O primeiro afirma em "Combate nas trevas" que Marighella foi delatado pelos dominicanos. Betto afirma que o grupo de Fleury conseguiu grampear o telefone da livraria onde trabalhava um dos dominicanos e conseguiu informações privilegiadas sobre Marighella. Como se trata de uma polemica que envolve questões subjetivas não me aventurei em desvendá-la.
O segundo capítulo consiste na análise de alguns artigos sobre a proposta universal de espiritualidade feita por Frei Betto. São vários artigos em que se aponta a proposta do autor em uma espiritualidade universal que se pode exercer por meio de militância e vivencia concreta do cotidiano. Os artigos foram coletados e selecionados nas dezenas de edições da revista "Caros Amigos".
O segundo capítulo consiste na análise de alguns artigos sobre a proposta universal de espiritualidade feita por Frei Betto. São vários artigos em que se aponta a proposta do autor em uma espiritualidade universal que se pode exercer por meio de militância e vivencia concreta do cotidiano. Os artigos foram coletados e selecionados nas dezenas de edições da revista "Caros Amigos".
Ao leitor não habituado ao tema pode parecer estranho, mas a
proposta da espiritualidade da libertação é uma proposta concreta, encarnada e
que faz relação direta com a concretude da vida humana. O espiritual nesse
sentido não se concentra somente no âmbito metafísico, mas se expende e
ancora-se na vida, na realidade concreta.
No último capítulo são analisados alguns eixos do que se
pode entender sobre a proposta de espiritualidade de Frei Betto. Alguns
elementos são colocados como centrais, sendo o amor um deles. A espiritualidade
proposta por Frei Betto tem como uma de suas expressões mais marcantes o amor.
Tal amor pode ser manifesto por qualquer um. Essa é a questão chave.
É uma leitura desafiadora e interessante. O livro está à
venda pelo site da editora Saber Criativo e pela Erdos.
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https://www.erdos.com.br/produto/detalhe/32560/teologia-politica-espiritualidade-militante
http://www.sabercriativo.com.br/produto/teologia-politica-espiritualidade-militante/
Tema muito atraente! A verdadeira religiosidade e a militância sempre partem daqueles que amam a humanidade.
ResponderExcluirObg. Meu amigo
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