Além de uma eliminação: o futebol fora de campo
O Brasil
foi eliminado de mais uma copa do mundo. Na verdade não vinha jogando bem.
Enfrentou equipes fracas e por isso venceu alguns jogos. A vitória às vezes
camufla erros grotescos.
Foi bem
nas eliminatórias da América do Sul. O Brasil é um dos maiores países da
América do Sul. Produz talentos no futebol a todo tempo. Difícil seria não se
classificar. Trocou-se o técnico, mas manteve-se o mesmo padrão. Parece que há
orquestração. Como disseram alguns comentaristas: um roteiro que necessita ser
seguido.
Taticamente
os técnicos brasileiros são de medianos para ruins. Basta olhar para as
melhores ligas do mundo e ver quantos técnicos brasileiros a integram e
permanecem lá. Nenhum. A CBF paga o segundo maior salário do mundo, perdendo
apenas para a Alemanha. Se estivesse interessada em uma inovação investiria em
um técnico de ponta. Mas por que não o faz? Curioso, não é?
Há muita
coisa estranha que dá margem a especulações. A direção de CBF está envolvida em
denuncias de corrupção; seus líderes impedidos de deixar o país; o melhor
jogador do Brasil acusado de sonegar impostos. Sobre isso nenhuma palavra.
É
estranho que haja silêncio na mídia em relação a isso. Igualmente estranho é
ver a admiração a um técnico mediano com status de messias. Embora pareça
teoria da conspiração. Parece muito estranho essa padronização de opinião. Todo
mundo falando a mesma coisa e enaltecendo um trabalho mediano de um treinador
mediano, arrogante e desconectado com a realidade do futebol mundial.
Numa
copa do mundo não se pode errar. O time do Brasil insistiu em erros desde o
primeiro jogo. Mais do que culpar técnicos e jogadores a análise precisa ser
mais ampla. Futebol é um negócio. É difícil acreditar que os 23 convocados o
foram por mérito. Se a CBF é um empresa privada certamente tem interesses.
Quais são? Envolvendo quem? Não se sabe.
Alguns
comentaristas disseram que a desclassificação da Argentina estaria ligada à corrupção
na AFA. Por que não aplicar isso ao Brasil? É muita ingenuidade acreditar que
atuações pífias em campo são bancadas somente pela teimosia de técnicos. Se
empresários mandam na política do Brasil por que não mandariam no futebol?
Pensando
bem se a copa fosse vencida coroaria a corrupção e a malandragem brasileira. A
CBF não tinha time para ganhar. Não tinha planejamento. Coroaria o trabalho que
um técnico mediano, que ganhando um super salário não tem a competência de
fazer um curso intensivo de inglês (que se faz em seis meses). Por isso os
técnicos brasileiros não estão na Europa. Falta profissionalismo.
A
verdade é uma só. Não há interesse em melhorar o futebol brasileiro. Os
técnicos são defasados e acreditam que o pedantismo eloquente ganha jogo. Agora
todo mundo quer falar. Desde antes da copa eu criticava a atual gestão e o
comando técnico.
A
tristeza vai além da derrota. A sociedade e as instituições estão imersas num
mar de lama. Enquanto isso os profissionais do futebol continuam com seus
milionários salários. Vão ganhar o mundo e o povo pensando que foi por conta de
um lance, um chute, uma bola.
A
questão transcende o campo. Vai além de uma derrota. Quem dera fosse só dentro
do campo. Futebol é igual política. Há interesses que nem imaginamos.
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