Qual caminho seguir?

A democracia é um regime que possui suas limitações. Disso todos nós já sabemos. Os modelos que estão em voga – baseados nas experiências das revoluções modernas – impingem cada vez mais o caráter burguês ao sistema. Diante desse cenário não se consegue ir muito além dos modelos fechados de democracia.
O que muita gente não consegue perceber é que até mesmo os partidos de esquerda e experiências socialistas nada mais são do que modelos operando em favor do capital. Quem faz essa análise de maneira coerente é a dupla Deleuze & Guattari, quando constatam “[...]em nome da própria inovação maquínica, que as sociedades capitalistas ou comunistas reprimem com toda a força, em função do poder econômico e político” (Deleuze & Guattari). Isso significa que os interesses na sociedade capitalista passam a operar em favor do sistema financeiro.

Não se pode perder de vista que o capitalismo é mestre em inovar e cooptar a inovação para que a mesa opere em seu favor: “O que ele descodifica com uma das mãos, axiomatiza com a outra” (Deleuze & Guattari). Nesse sentido cabe fazer a análise de como o próprio jogo democrático tem se colocado nos tempos atuais.

Se por um lado se deve criar linhas de fuga que operem na ruptura com o sistema, por outro cabe sinalizar para que haja organização dessas linhas e a revolução passe do molecular (pessoal) ao molar (estrutural).


Não sei se a extrema esquerda entendeu isso, pois quando observo atitudes divisionistas no seio do movimento que deveria organizar a sociedade, sinto que a esperança por mudança fica sem sentido. Que caminho seguir? Eis a questão...

Comentários