Freixo, Psol e a divisão da esquerda

Inicio esse ano ainda sob o impacto da entrevista de uma pessoa que admiro muito: o deputado estadual – pelo Rio de Janeiro – Marcelo Freixo. Para muitos Freixo tornou-se conhecido somente depois do filme Tropa de Elite 2. Para mim, entretanto, ele é conhecido desde seu 1º mandato como deputado.

Sempre me interessei pela política, em geral, e pelo desenvolvimento das articulações do meu estado (Rio de Janeiro) em particular. Lembro-me dos tempos em que via a TV Alerj e observava com empolgação as intervenções e atuações de Freixo na Assembleia. Minha admiração é de longa data, antes dos holofotes e da fama que ele adquiriu nos últimos tempos.

 Nunca foi novidade para ninguém minha opção pela esquerda. Filiei-me em 2003, mas decidi não me ligar a nenhum partido. Por isso não dei continuidade na militância partidária. Por esse motivo sinto-me “mais” à vontade para opinar sobre alguns assuntos.

Confesso que a entrevista de Freixo não me decepcionou tanto. Por que já havia me decepcionado com algumas posturas dele, sobretudo, na campanha para prefeito em que protagonizou um debate do “mais do mesmo” com o atual prefeito. Ali já consegui observar a limitações do Psol, não somente no que tange à sua orientação ideológica, mas também no tocante às propostas exequíveis, ou ainda, “factíveis”.

Não podemos esquecer que o Psol tem uma orientação trotskista e que o trotskismo no Brasil é historicamente divisionista. Por isso não me impressiona a declaração de Freixo de que as esquerdas não devem se unir. Uma pena! Lamento que Freixo e o Psol – em grande parte – pensem assim. O momento é de deixar ideologias utópicas e vaidades infantis de quem é “a raça pura” da esquerda.

O momento aparenta um retrocesso na política e, consequentemente, o avanço do conservadorismo. É tempo de “dar um passo atrás para dar dois a frente”. A esquerda precisa de uma “frente ampla” que some com social-democratas e não despreze o apoio da iniciativa privada e de setores do empresariado. Já ficou provado que a capacidade de mobilização dos trabalhadores é frágil, por isso não é hora de dispensar a aliança com o PT.


Com todas suas mazelas o PT mantém ainda uma tendência à esquerda. Nesse sentido não se pode pulverizar o que já está dividido. Admiro Freixo. Continuo torcendo por ele, mas nesse episódio sua fala foi inoportuna e infeliz.

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