O fantástico mundo de Paulo
Os avanços nos estudos paulinos nas últimas décadas têm sido de
fundamental importância para a melhor compreensão da chamada teologia paulina.
Isso deve-se, em primeiro lugar, a libertação que houve em relação a hegemonia
dos Atos, pois anteriormente quando estudava-se Paulo, sempre usava-se a lente
de Lucas. Em segundo lugar, os estudos paulinos se beneficiaram dos métodos que
foram tomados emprestados das ciências sociais – particularmente da sociologia
e da antropologia. Em terceiro e último lugar, sempre se conheceu o Paulo
judeu, porém recentemente houve um interesse em situar suas cartas no mundo
greco-romano.
Há um consenso geral de que Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas,
Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filemon tenham sido escritos e/ou ditadas por
ele, porém as demais cartas são chamadas de “paulinistas” ou “deutero-paulinas”
e são textos que se têm dúvidas sobre a autoria delas. Não há consenso, por
isso não se pode afirmar que são da autoria de Paulo.
Não obstante, a velha pergunta de quem era Paulo? Ou, como entender
Paulo? Volta à tona, então, corre-se o risco de voltar a antiga forma de situar
Paulo como uma pessoa dependente do pensamento judaico que usava em seu
pensamento categorias helenísticas ou romanas.
A proposta que tem ganhado projeção é que o mundo greco-romano era o
mundo de Paulo. Por conseguinte, não se pode dizer que ele tomou emprestado
essa ou aquela tradição ou convenção, ou ainda, alguma prática romana. Paulo
era um judeu romano e considerá-lo de outra maneira seria distorcer a realidade
de suas cartas. Portanto, para compreender melhor sua teologia precisamos
situá-la em seu mundo, levando em conta suas influências, o que em outras
palavras significa dizer, precisa-se entender Paulo em seu fantástico mundo.
Fantástico por causa de suas influências e seu legado helênico.
Dessa forma, concluo essa postagem indicando a todos/as àqueles/as que se
interessam pela melhor compreensão do pensamento paulino em seu fantástico
mundo, a leitura do livro: Paulo no Mundo Greco-Romano, que
aborda esses temas com muita propriedade.
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