O barco dos mortos – Bruno Traven

 


“O barco dos mortos” é um livro da década de 1920 escrito por um desconhecido que assumiu o pseudônimo de Bruno Traven. O livro trata da história de um marinheiro, identificado como americano – mas que não se pode comprovar – e sua aventura ao longo de três sessões da obra.

Não se trata de um livro que conta simplesmente histórias de um marinheiro ou coisas ligadas geralmente a esse tipo de literatura. A obra discute a questão da liberdade, existência dos sistemas de opressão e regulação e os ideais utópicos sociais.

O personagem principal mostra como os sistema de estruturação são opressores e tendem a condicionar o comportamento das pessoas e rotulá-las por aquilo que sua materialidade pode adquirir. Além disso, a obra discute elementos interessantíssimos como a capacidade de produção, criação e construção das pessoas. Muitas vezes essas habilidades são simplesmente subsumidas ao sistemas, pois o imperativo pela sobrevivência é maior.


O marinheiro em sua longa jornada discute temas do mundo do trabalho e as mazelas do sistema capitalista. Ele passa por três navios. No primeiro é um trabalhador; no segundo é oprimido num sistema de trabalho absurdo e no terceiro vê como algumas empresas se utilizam de mecanismos para sabotar o sistema. Nessa derradeira experiência vê um barco destinado à receber ações de seguro de vida ser propositadamente submerso.

O autor faz isso com humor, crítica social e por fim um tom melancólico que deixa qualquer leitor “sem chão”. Em suma é possível rir e chorar lendo essa obra.

Questionamentos e mais questionamentos surgem ao final da leitura, sobretudo, ligados às questões sociais e existenciais.

Qual é afinal a tarefa da literatura?

Uma delas é despertar a reflexão sobre as diversas possibilidades de existência nesse mundo cruel e desigual...


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